Maria Eugenia Celso Carneiro de Mendonça (1986-1963)

ISBN: 978-65-00-51398-1

Fonte:  Revista Vida Doméstica. Outubro de 1925, p.43

Biografia

  Nasceu em São João Del Rey, Minas Gerais, na segunda metade do século XIX, a 19 de abril de 1886. Posteriormente, ainda criança, mudou-se para Petrópolis, Rio de Janeiro. Faleceu em seis de setembro de 1963, às 13 horas, aos 77 anos, em sua residência- na rua Voluntários da Pátria. Filha do Conde Affonso Celso, um dos intelectuais de renome da época, e da Condessa Eugenia da Costa Celso, e neta do Visconde de Ouro Preto, que presidia o Gabinete Imperial, quando da deposição do Imperador D. Pedro II.

  Aos três anos de idade, foi acometida pela paralisia infantil, fato registrado por seu pai no capítulo do livro Notas e ficções, que se intitula Minha Filha. O capítulo apresenta a seguinte dedicatória: A minha filha Maria Eugenia, nascida a 19 de Abril de 1886, ferida de paralysia a 5 de Fevereiro de 1889. Este escrito de Afonso Celso retrata pontos de sua trajetória como o período da gravidez de sua esposa, à espera de sua primogênita Maria Eugenia Celso, até o ano de 1892. Em relação à Maria Eugenia Celso, o pai registra a expectativa de sua chegada, os primeiros anos de vida e, principalmente os percalços do tratamento da paralisia infantil.

  Maria Eugenia Celso estudou no Colégio Notre Dame de Sion, em Petrópolis. Esta instituição era destinada somente à educação feminina, e o ensino era ministrado por freiras, em sua maioria, estrangeiras. Além de instrução, as freiras se preocupavam com a formação moral e religiosa de suas alunas, que saíam do colégio preparadas para se tornarem mães e esposas exemplares, professoras e mesmo religiosas da própria Congregação de Sion. Nas palavras da escritora, o Colégio Sion tem a seguinte representação:

As minhas lembranças não datam de tão longe. São velhas, porém, são velhíssimas, dirão as pessoas de hoje. Concordo que o sejam. Parecem-me, por vezes, de ontem, tão frescas, vivas e buliçosas se conservaram, imorredouramente, em mim. Tenho por elas o carinho emocionado da criança pelos seus bonecos. São os brinquedos da minha saudade … O meu velho Sion … Não sei se todas o verão como eu o via. Sei, porém, quando, no desencanto e na experiência da minha maturidade, uma onda maior de ceticismo e de amargor ameaça submergir-me toda crença e toda esperança, é para a capelinha deste passado Sion, agora mudado, transformado, engrandecido e modernizado, que, insensivelmente, me volto. (…) Um perfume de incenso erra no ar, as flores do altar se esbatem numa penumbra cheia de unção, no alto, a Virgem de Sion apruma o vulto claro sobre as procelas do mundo. IN SION FIRMATA SUM. Crer. Esperar. Amar. Foi de ontem. É de hoje ainda. Será de sempre. (CELSO,1942, 59 – 82)

  Casou-se em 1917 com Adolpho Carneiro de Mendonça, um funcionário do Ministério da Fazenda. O casal teve dois filhos, Vicente Afonso, nascido em 1920 e Maria Victória, 1926. Vicente Afonso faleceu ainda criança, tinha um pouco mais de um ano de vida. Maria Eugenia Celso escreveu o livro em homenagem ao seu filho intitulado Vicentinho.

  O referido livro foi publicado por incentivo do editor e escritor Monteiro Lobato, pois inicialmente os registros desta homenagem não tinham o intuito de se tornarem público, circulava na rede de familiares e amigos próximos de Maria Eugenia Celso. O livro Vicentinho teve sua primeira edição em 1925, pela Cia. Graphico-Editora Monteiro Lobato. Desde sua publicação, houve seis edições em português, francês, italiano, alemão e espanhol, e foi publicado em folhetim no rodapé do jornal La Nacion, de Buenos Aires. Na dedicatória, Maria Eugenia Celso destina o texto às mulheres, que, como ela, perderam um filho, como se observa:

Escrevo para todas aquellas que souberam, como eu, o que é ter nos braços uma creança e, conhecendo a doçura sem par da maternidade, embevecidas se entregaram ao encanto de ver uma infância risonha e tenra promissoriamente lhes florir ao lado… Escrevo para todas aquellas que soffreram, como eu, a grande dôr e, num trágico momento de desespero, de pavor e de revolta, ergueram para o céo os olhos desvairados n’um brado inútil de socorro… Escrevo… unicamente talvez para dar a agonia de minha saudade a ilusão de estar fazendo ainda alguma cousa para meu filho, a pobre ilusão, agora que já nada mais posso para ele na terra, de o fazer um instante reviver aos olhos alheios, como vivo está sempre deante dos meus…É como se lhe mostrasse o retrato. Um retratinho modesto, intimo, feito em casa, apenas um retrato de amador e, deante da exclamação apiedada: _ “Oh! como era bonito! Está parecido?…_ só posso desoladamente responder: _ “ Sim, está parecido, mas se soubessem quando era melhor meu pequenino original…” ( CELSO, 1931, p.9)

    Maria Eugenia Celso notabilizou-se no espaço público como escritora, por sua atuação na imprensa, como conferencista e por sua inserção no movimento feminista da época e de seu grupo social. A escritora apresenta uma vasta produção literária no período de1920 a 1955. Na década de 1920, passou a atuar de forma mais intensa na imprensa carioca e fluminense como articulista, colaborando com diversos periódicos, tais como Revista Fon Fon, Revista da Semana, Jornal do Commércio, Correio da Manhã, Revista da Semana, O Cruzeiro, O Jornal, O Malho e Jornal do Brasil. Trabalhounas emissoras de rádio do Jornal do Brasil como cronista, com periodicidade bissemanal. Rádio Nacional e Sociedade onde fazia o programa Quartos de Hora literários.

   No campo educacional, em 1925, se torna sócia mantenedora da Associação Brasileira de Educação (ABE). Organização criada em 1924, foi fruto do movimento organizado por cientistas e intelectuais da época. Sua finalidade era promover a difusão e o aperfeiçoamento da educação e cooperar com as iniciativas que viessem ao encontro desse objetivo. A ABE foi o principal agente de promoção de atividades relacionadas à difusão científica na década de 20. Entre 1926 e 1929, realizaram-se cerca de 50 eventos por ano.

   Após tornar-se membro dessa associação, Maria Eugenia Celso publica o artigo Leituras Infantis, em 1926, no qual apresenta alguns pontos de argumentação sobre os livros para infância: explora a ideia equivocada de que o cinema estaria ganhando mais espaço entre as preferências das crianças em relação aos livros infantis. Exalta ainda as inciativas da Associação Brasileira de Educação que, em suas seções, teria tratado do tema  das leituras infantis sob o viés instrutivo e educativo.  Cita a defesa de Afrânio Peixoto no relatório oficial da seção de Pedagogia, apresentado no 3º Congresso Americano, que propunha a oferta de livros próprios para as crianças com enfoque no desenvolvimento da imaginação. Traz o autor Monteiro Lobato como pioneiro na criação do gênero de livros infantis entre os brasileiros, a partir da obra sobre as aventuras de Narizinho, onde o cunho nativista e brasileiro dá valor à fantasia. Destaca a Associação Brasileira de Educação como incentivadora da produção e divulgação de tais obras para benefício e distração das crianças brasileiras.

   Observa-se também sua participação em eventos organizados pela instituição “Tarde da Creança” no Rio de Janeiro, com o patrocínio da ABE. A instituição foi fundada por Maria Luiza Camargo de Azevedo em parceria com America Faria Xavier da Silveira, e tinha por premissa, segundo a fundadora, “ser um centro de diversões infantis, a preços reduzidos, onde o programa é cuidadosamente traçado de acordo com o desabrochar da mentalidade da criança” (Jornal do Brasil, 8 de janeiro de 1926, p. 6).Neste sentido, filmes, música e poesia seriam escolhidos de forma a garantir a moral da criança para bem dirigi-la na arte e na vida social. (Jornal do Brasil, 8 de janeiro de 1926, p. 6). Nos eventos da “Tarde da Creança”, Maria Eugenia Celso participava com apresentação de charadas animadas para as crianças, e era conhecida como a “tia Nena”. As crianças que acertavam as charadas recebiam premiação.

   Também foi membro da Comissão Nacional de Literatura Infantil. A Comissão Nacional de Literatura Infantil foi criada em 1936 pelo Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema. Em sua composição contava com a atuação de Cecília Meireles, Elvira Nizinska, Jorge de Lima, Murilo Mendes, José Lins do Rego e Manuel Bandeira. Posteriormente, houve uma modificação desse quadro, saindo Cecília e sendo incorporados a essa Comissão Maria Eugenia Celso e Lourenço Filho. Segundo Costa (2011), a Comissão Nacional de Literatura Infantil tinha as seguintes atribuições: organizar uma relação de livros de literatura infantil em língua portuguesa (originais e traduzidas) que circulavam no Brasil, além de emitir pareceres críticos sobre os mesmos; estabelecer uma lista com os livros em língua estrangeira que seus integrantes considerassem apropriados para a tradução; sugerir quais medidas deveriam ser tomadas pelo Governo para eliminar as obras que eventualmente não possuíssem valor artístico ou fossem perniciosas. (p.20-22).

   Maria Eugenia Celso, como membro da Comissão Nacional de Literatura Infantil, buscou, em seus escritos na imprensa, divulgar as ações empreendidas por essa organização. Como exemplo, têm-se os artigos publicados no jornal Correio da Manhã  com os seguintes títulos: “Palavras de quem tem uma creança” (1936);  “Contar historias” (1936);  “Livros para a infância” (1936); “Literatura Infantil” (1937); “Influências perniciosas” (1938) e “Literatura Infantil” (1938). Na publicação “Livros para Infância”, torna público o resultado do concurso promovido pela Comissão, que tinha por objetivo premiar os três melhores livros para crianças em três categorias: livro para crianças até sete anos, que deveria ser um álbum de estampas acompanhadas de textos curtos; para crianças de oito anos e crianças de mais de dez anos.

   No artigo “Contar histórias”, traz a importância de contar histórias para as crianças, visto que o ato se configura como momento de distração e despertar da fantasia. Descreve que esta ação requer uma série de predicados de narrativa, dramatização, vivacidade de diálogo, força evocadora, calor de expressão que constituem os mesmos atributos requeridos para o padrão dos livros de literatura infantil. Expõe ainda que o “livro para criança deve ser um contar de histórias sem esforço e sem rebuscamento, um contar como contavam, em nossa meninice, a mamãe ou a babá”.(CELSO, 1936, p.2)

   Em 1928, inaugura um ciclo de palestras no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, intitulado Tardes do Instituto. As palestras foram apresentadas em conferências com datas distintas e contaram com as seguintes conferencistas: Maria Eugenia Celso Carneiro de Mendonça, Maria Junqueira Schmidt, Maroquinha Jacobina Rabello e Anna Amelia de Queiróz Carneiro de Mendonça. A palestra apresentada por Maria Eugenia Celso  intitulava-se O espírito e o heroísmo da mulher brasileira, que teve repercussão no espaço público e principalmente no que se refere ao espaço concedido às mulheres na sociedade. Esse fato teve destaque na Revista da Semana, que publicou, em dois de junho de 1928, a seguinte nota:

A nova tribuna feminina
A senhora Maria Eugenia Celso, a  brilhante escriptora patrícia que honra a  “Revista da Semana” com a sua colaboração, acaba de marcar mais um triumpho para o feminismo, conquistando a tribuna do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, defesa, até a última quarta-feira, à mulher. Dissertando sobre “O espírito e o heroísmo da mulher brasileira”, a e senhora Maria Eugenia Celso iniciou as “Tardes do Instituto” e marcou uma nova éra à expansão da intellectulidade feminina nacional. (Revista da Semana, 2 de junho de 1928)

  Em 1931, apresenta uma palestra para o microfone da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com o título Cinco minutos de feminismo, que pode ser considerada uma síntese do momento vivido pela Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino e o feminismo no Brasil:

O feminino atravessa, neste momento, uma phase de intensa agitação de jubilosa expectativa. Após dez annos de uma campanha que, se não foi sangrenta, foi difícil, renhida e principalmente, heroica de inabalável perseverança, as mulheres começam a ver coroados os seus esforços em prol da própria mulher.  Suas reivindicações tão justas, tão altivas, tão dignificantes, encontraram echo entre os homens, finalmente esclarecidos sobre o valor de sua colaboração e a necessidade, dia a dia mais premente, da sua actuação  directa no campo da politica e da administração pública.O projeto de lei eleitoral incluindo o voto feminino entre os artigos da futura legislação, nada mais fez senão render justiça a todas as provas de capacidade intelectual, de atividade empreendedora, de que as brasileiras vêm dando há muito, o meritório exemplo. O Governo Provisório, cumprindo uma promessa expontanea e solene, da qual não se haviam olvidado as feministas, quis eloquentemente demonstrar o quanto espera a nação da influencia feminina no sentido do trabalho efficiente, e solidário com o dos homens para o bem maior da collectividade. A confiança que esta inclusão indica no caracter, na competência das futuras eleitoras, constitue, para ellas não só um motivo de nobre ufania como além da prova mais cabal do quanto progressivamente se foi effectuando uma radical evolução na mentalidade masculina do paiz, um poderoso incentivo para não desmerecer desta confiança plena e victoriosamente as esperanças que latejam cumprimento deste compromisso.É de gratidão, portanto, de contentamento, de esperança também, o sentimento que anima as feministas brasileiras. Habituada de longa data a verem desvirtuadas os seus propósitos, mal interpretados o seu espirito e incompreendidas, senão totalmente ignorados, as suas altas finalidades, a promessa da victoria, embora sujeita a tantos cerceadores condicionaes, só lhes aviva a vontade cada vez mais firme de prosseguir e de trabalhar. E sem rejeitar nenhum dos seus deveres, basicos da filha, de esposa e de mãe, resumindo neste final do hynno da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino a ardorosa campeã das organizações feministas do Brasil, a sua satisfação pelo que já obtiveram e a sua aspiração pelo que tem a certesa de um dia obter, as mulheres brasileiras podem todas, enthusiasticamente exclamar: “Todas juntas na conquista deste novo e sagrado mister, que é a essência do ideal  feminista a mulher pela mulher”.(CELSO, Arquivo Nacional- documentos privados-QO.ADM,CPA.VFE,TXT.2,V.2, p.12)

  Em sua trajetória, manifestou-se publicamente em prol dos direitos das mulheres, sendo membro da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) a partir de 1927, a convite de Bertha Lutz e, em 1930, é eleita vice-presidente. Embora tenha se tornado membro em 1927, apresenta contribuições à instituição, pois foi autora do hino da Federação Feminista no ano de 1922, em parceria com a compositora Joanidia Sodré. A título de ilustração, segue um expressivo trecho do Hino:

…todas juntas na conquista deste novo e sagrado mister, que é a essencia  do ideal feminista, tudo é mulher pela mulher…Mas dos homens a eterna peleja, em minh’alma sangrando hoje faz que o labor dos labores nos seja garantir a victoria da paz… (CELSO, documento Q0.ADM, EVE.CNG, TXT.10, v.3. p.4)

  Sua participação em prol desta associação e suas ações eram extensivas ao protagonismo que exerceu na Federação, podendo ser exemplificadas na escrita de reportagens em jornais e em sua atuação em congressos. A escritora pede exoneração da diretoria da Federação no ano de 1934, alegando dificuldade em conciliar esta atuação com a atividade jornalística.

  A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino apresentava algumas afiliações com o intuito de focalizar e atender de forma mais organizada os objetivos e conquistas que almejavam para as mulheres. Neste sentido, pode-se destacar a Liga Eleitoral Feminina, União Profissional Feminina e a Comissão Interamericana de Mulheres, onde Maria Eugenia Celso ocupou cargos de liderança.

  No campo do assistencialismo, segundo Schumaher (2000), área de atuação pública preferencial de muitas mulheres que foram do seu tempo e de sua classe social, participou do grupo Damas da Cruz Verde, as principais responsáveis pela  fundação da maternidade Pró- Matre no Rio de Janeiro. Esse grupo teve uma atuação destacada em atividades de assistência social, sobretudo nas diversas iniciativas da Cruz Vermelha Brasileira, da Cruzada Nacional contra a Tuberculose, da Beneficência dos Lázaros e da Liga dos Cegos do Brasil.    

  Em 1937, ficou em primeiro lugar em um concurso da revista O Malho, queteve a inciativa de prestigiar as mulheres escritoras, ao propor um plesbicito que sugeria que mulher deveria ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras. O concurso mobilizou o público leitor e intelectuais da época, durou algumas semanas e elegeu as cinco mulheres mais votadas: Maria Eugenia Celso com 2.512 votos, Gilka Machado com 2.364, Alba Canizares do Nascimento com 2.069, Ana Amélia Carneiro de Mendonça com 1.949 votos e Henriqueta Lisboa com 1.787 votos.

  Em 1946, foi criado o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), que se configurava como Comissão Nacional da UNESCO no Brasil. Para composição deste instituto, o governo brasileiro nomeou vinte delegados e Maria Eugenia Celso figurava como um dos membros. O IBECC, em seu estatuto inicial, trazia as seguintes premissas: Colaborar com o incremento do conhecimento mútuo dos povos por todos os órgãos de informação de massas e, para esse fim, recomendar os acordos internacionais necessários à promoção da livre circulação de ideias; imprimir vigoroso impulso à educação popular e à expansão da cultura, cooperando com os Membros da Organização das Nações Unidas, no desenvolvimento das atividades educativas; instituindo a colaboração entre as nações, a fim de elevar o ideal de igualdade de oportunidades educativas; sugerindo métodos educativos mais aconselháveis ao preparo das crianças para as responsabilidades do homem livre; manter, aumentar e difundir o saber, velando pela conservação do patrimônio universal dos livros, das obras e de outros monumentos de interesse histórico ou científico. (ABRANTES, 2008, p. 77-81)

  Como conferencista, participou do II Congresso Internacional Feminista, integrou também representações brasileiras em missões culturais internacionais, visitando o Uruguai em 1945, onde realizou conferências, e participou da Conferência da Unesco em 1952 reunida em Paris, quando teve a oportunidade de apresentar um trabalho sobre Direito e Condições da Mulher. Observa-setambém a conferência realizada na Embaixada Norte-Americana com o título “A mulher na civilização da América” realizada em três de novembro de 1928, palestra que fez parte de um curso de conferências organizadas pela Embaixada Americana.

  Em 1952, é condecorada com a Cruz de Cavalheiro da Legião de Honra concedida pelo governo francês. A legião de Honra foi criada por Napoleão Bonaparte em 1802 e se configura como uma comenda reservada àqueles que prestam serviços excepcionais à nação francesa, realizados tanto por militares quanto por civis. Conforme destaca a nota do Jornal do Brasil de dois de agosto de 1952, “a entrega se verificou no decorrer de uma cerimonia íntima que reuniu, em torno do embaixador e da Sra. Ouro Preto, algumas personalidades francesas e brasileiras”. (Jornal do Brasil, 1952, p.7)

Bibliografia de Maria Eugenia Celso

Fonte: CELSO, O Diário de Ana Lúcia. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1941(Arquivo da autora).

CELSO, Maria Eugenia. Em pleno sonho. Livraria Francisco Alves. Rio de Janeiro, 1920.

CELSO, Maria Eugenia. De Relance: chronnicas de B.F. Editora Monteiro Lobato & Cia. São Paulo, 1924.

CELSO, Maria Eugenia. Fantasias e matutadas. Ariel Editora LTDA. Rio de Janeiro, 1925.

CELSO, Maria Eugenia. Vicentinho. Editora Monteiro Lobato & Cia. São Paulo,1925.

CELSO, Maria Eugenia. Desdobramento. Pimenta de Mello & Cia. Livraria, Papelaria e Litho-Typographia. Rio de Janeiro, 1926.

CELSO, Maria Eugenia.Vicentinho. Editora Payot. Paris. Traduction Française de Jean Duriau avec le texte portugais em regard, 1931.

CELSO, Maria Eugenia. Ruflos de azas. Livraria Francisco Alves. Rio de Janeiro. São Paulo-Belo Horizonte, 1931.

CELSO, Maria Eugenia. Alma vária. Editora Globo. Rio de Janeiro, 1937.

CELSO, Maria Eugenia. Jeunesse. Irmãos Pongetti Editores. Rio de Janeiro, 1938.

CELSO, Maria Eugenia. O Diário de Ana Lúcia. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1941.

CELSO, Maria Eugenia.O solar perdido. Livraria Editora Zélio Verde. Rio de Janeiro, 1945.

CELSO, Maria Eugenia. Síntese biográfica da princesa Isabel. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 192: 64-84, Rio de Janeiro,julho/setembro, 1946.

CELSO, Maria Eugenia. Poesias completas. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1955.

Traduções realizadas por Maria Eugenia Celso

SÉGUR, Condessa de. O bom Henriquinho. Tradução de Maria Eugenia Celso. Coleção Bibliotheca de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.

SÉGUR, Condessa de. O camondongo Cinzento. Tradução de Maria Eugenia Celso. Coleção Bibliotheca de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.

SÉGUR, Condessa de. Blondina. Tradução de Maria Eugenia Celso. Coleção Bibliotheca de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.

SÉGUR, Condessa de. A princesa Rozita. Tradução de Maria Eugenia Celso. Coleção Bibliotheca de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.

SÉGUR, Condessa de. Ursão. Tradução de Maria Eugenia Celso. Coleção Bibliotheca de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1930.

BARCLAY, Florence L. O rosário. Tradução de Maria Eugenia Celso. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1926.

DUMAS, André. A eterna presença. Tradução de Maria Eugenia Celso. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1917.

DAVENPORT, Marcia. O vale da decisão. Tradução de Maria Eugenia Celso. Volume I. Rio de Janeiro: Empresa Gráfica “ O Cruzeiro” S.A, 1944.

DAVENPORT, Marcia. O vale da decisão. Tradução de Maria Eugenia Celso. Volume II. Rio de Janeiro: Empresa Gráfica “ O Cruzeiro” S.A, 1944.

Colaboração de Maria Eugenia Celso na imprensa

Jornal do Brasil. Neste periódico, Maria Eugenia Celso foi colaboradora durante quarenta e cinco anos. Mantinha uma coluna denominada Femina, geralmente publicada aos domingos, quartas e sextas. Assinou a primeira seção de assuntos sociais, denominada Cock-tail /Coquetel. Esta seção teve início em novembro de 1934, como o nome Cock-tail e era assinada com o pseudônimo “BRUMMEL”, e teve ocorrência até seis de junho de 1935. Cabe ressaltar que, na escrita da coluna, Maria Eugenia Celso mantém sua identidade oculta, só foi possível identificar sua autoria a partir de um artigo que escreve no ano de 1952, quando retoma a mesma coluna social, que passa a se intitular Coquetel.

Revista da Semana. Maria Eugenia Celso passa a assinar a coluna Página de Eva na referida revista no ano de 1923, mantendo uma constância de escritos até o ano de 1931. Após essa data, os escritos são mais esporádicos. Ademais, escrevia alguns artigos, além da coluna citada. Ao iniciar a escrita para a Revista da Semana, Maria Eugenia mantinha segredo de sua autoria e assinava com o pseudônimo de Baby-Flirt ou B.F, fato que, após a descoberta da autoria, virou matéria na própria revista com o título O segredo de uma estréa litteraria.

Correio da Manhã. Depreende-se a contribuição de Maria Eugenia Celso desde a década de 1920, com ocorrências até a década de 1950. Contudo, cabe a ressalva de que eram publicações esparsas, não tinham uma constância nem um padrão de publicação. Ao longo do período de sua contribuição, publicou poesias, artigos com temas variados e pareceres sobre obras literárias.

Revista O Cruzeiro. Maria Eugenia Celso foi colaboradora de 1931 até 1948, sua contribuição consistia na escrita de artigos que geralmente eram publicados nas primeiras páginas da revista. Os escritos eram contos longos e se apresentavam, em sua maioria, em páginas com ilustrações coloridas, que estavam em consonância com o texto proposto.

O Jornal. Observa-se sua colaboração neste periódico a partir do ano de 1919, assinando uma coluna de modas lançada por ela e intitulada Chroniqueta Parisiense, com o pseudônimo de “Chiffon” até o ano de 1927 e, posteriormente, “Chiffonnette”. A mudança de nome não ocasionou alterações no conteúdo. A coluna teve sua publicação até o ano de 1929.

Revista Fon fon. A colaboração de Maria Eugenia Celso para a revista Fon-fon foi com a publicação de alguns poemas, com pouca constância. Observam-se poucas publicações de sua autoria, principalmente verificadas na década de 1920.

Revista O Malho. Observa-se a colaboração de Maria Eugenia Celso nesta revista no período de 1925 até início da década de 1940. Sua participação se configurava com a escrita de crônicas.

Jornal do Commercio. Maria Eugenia Celso também esteve presente na lista de colaboradores deste periódico, contribuindo durante cinco anos com a escrita de crônicas. Porém, não foi possível localizar o período em que contribuiu. Sabe-se apenas que foi anterior ao ano de 1924, período em que publica o livro De relance: chronicas de B.F., que reúne algumas crônicas publicadas no Jornal do Commercio.

Referências

ABRANTES, Antônio Carlos Souza de. Ciência, educação e sociedade: o caso do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC) e da Fundação Brasileira de Ensino de Ciências (FUNBEC). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, Rio de Janeiro, 2008. 312 f.

Arquivo da ABE. Atas Conselho Diretor 1924 a 1927. Disponível em: http://www.museudaeducacao.org.br/br/acervo-do-museu.html Acesso em 12 de maio de 2022.

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro,  documentos privados: QO.ADM, CPA.VFE, TXT.2,

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, documento: QO.ADM. EFI.LEI, TXT.2, seção 3, vol.5.

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro,  documentos privados:BR_RJANRIO_Q0_ADM_EOR_SEC_TXT_0003_v_03_d0001de0001

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro- documentos privados- Q0.ADM, EVE.CNG, TXT.10, v.3. p.4

Arquivo Nacional- documentos privados-QO.ADM,CPA.VFE,TXT.2,V.2

Arquivo Nacional- documentos privados –BR.AN, RIO QO.PIT.48

AZEVEDO, Carla. Bispo. Maria Eugenia Celso: Entre o impresso feminino, a casa e o espaço público (1920-1941). 1ª. ed. Moldova: Novas Edições Acadêmicas, 2018. v. 1.

CANO, Jefferson (Org.). Metamorfoses do herói: estudos em história do romance. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem- UNICAMP, 2021, p. 49.

CELSO, Afonso. Notas e ficções: Lupe , Giovannina e Minha filha.. Rio de Janeiro, H. Garnier, Editor, 1893.

CELSO, Maria Eugenia. Vicentinho. Editora Monteiro Lobato & Cia. São Paulo,1925.

CELSO, Maria Eugenia. O espírito e o heroísmo da mulher brasileira. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 104 (158): 874-890, Rio de Janeiro, 1928.

CELSO, Maria Eugenia. O Diário de Ana Lúcia. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1941.

CELSO, Maria Eugenia. Palavras de quem tem uma creança. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 2, 17 de abril.1936.

CELSO, Maria Eugenia. Contar historias (de uma palestra sobre leituras infantis). Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 2, 16 de agosto.1936.

CELSO, Maria Eugênia. Livros para a infância. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 2, 24 de outubro.1936.

CELSO, Maria Eugenia. Literatura Infantil. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 2 e 5, 30 de junho.1937.

CELSO, Maria Eugenia. Literatura Infantil. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 4, 26 de janeiro.1938.

CELSO, Maria Eugenia. Influências perniciosas. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 4, 2 de setembro. 1938.

CELSO. Maria Eugenia. Leituras infantis. O Jornal, Rio de Janeiro, p. 2, 12 de junho de 1926.

 CELSO, Arquivo Nacional- documentos privados-QO.ADM,CPA.VFE,TXT.2,V.2, p.12

CELSO, Maria Eugenia. Reminiscências, 1942, v.2, p.100. (São Paulo, manuscrito, Arquivo do Colégio Sion de São Paulo). IN: CAVALCANTI, Vanessa Ribeiro Simon. Memórias femininas: tempo de viver, tempo de lembrar. In: Revista Brasileira de História. Órgão Oficial da Associação Nacional De História. São Paulo: ANPUH, vol. 27, n. 54 jul. – dez., 2007, p. 59 – 82.

COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico de escritoras brasileiras: (1711-2001). [S.l: s.n.], 2002,p. 92.

Correio da Manhã, 7 de setembro de 1963, p.6.

COSTA, Aline Santos . A Comissão Nacional de Literatura Infantil e a formação do público leitor infanto-juvenil no Governo Vargas (1936-1938) 2011 (Dissertação de Conclusão do Mestrado Acadêmico em História Social – UFRJ).

Jornal do Brasil, 25 de setembro de 1963, p.6

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Jornal do Brasil, 2 de agosto de 1952, p.7.

LOBATO, Monteiro. Correio da Manhã, 23 de julho de 1920.

O Malho, 5 de janeiro de 1937, p.19.

Revista da Semana, 2 de junho de 1928, p. 25.

Revista Vida Doméstica. Outubro de 1925, p.43.

SCHUMAHER, Schuma. e BRAZIL, Erico Vital. (orgs.). Dicionário Mulheres do Brasil. De 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.


Carla Bispo Azevedo

Doutoranda do ProPEd-UERJ

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